terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

GRINDHOUSE


Uma viagem alucinante pela época dos filmes B, este é o projeto de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez intitulado Grindhouse. Grindhouse é como era chamada as sessões de cinema de baixo orçamento, onde o que imperava era a diversão gratuita, tudo o que faz o deleite de nós, seres humanos, sedentos por um pouco de sangue, sacanagem e explosões. =D
Rodriguez comanda a boléia de Planeta Terror, um delírio gore, regado de zumbis, e tiroteios.
Tarantino leva para as telas À prova de morte, um thriller com perseguições de carro, strips e mulheres gostosas. =D
Entre as projeções existem alguns trailers de filmes fictícios feitos pelo "Tarantino's Brotherhood", destaque para "Machete" o trailer dirigido por Eli Roth (o Urso Judeu), com o sempre mexicano do mal Danny Trejo e participação do eterno Cheech Marin (legalize it).

PLANETA TERROR (Robert Rodriguez)
Rodriguez never miss...
Pegue um punhado zumbis, coloque uma stripper perneta, adicione uma anestesista Legolas style, mais um pouco de zumbis, explosões, zumbis, o mais novo discípulo de Low Diamond Phillips, mais alguns zumbis e teremos Planeta Terror. Obrigatório para os fãs de zumbi shooters e para quem quer diversão sem compromisso em entender um enredo bem elaborado. Aqui o enredo é na base do "foda-se" e é isso que faz o filme funcionar. Você não quer saber o porque que ela tem a porra de uma metralhadora na perna, você só quer ver a porra da metralhadora na perna, matando e explodindo zumbis para sua pura e simples diversão.
Mas não se enganem com o visual trash, a parte técnica é foda. A direção é bem ágil, com tomadas ousadas e criativas, você nunca verá tantos ângulos para explosão de corpos. As cores e a iluminação não te deixam esquecer que está diante de um trash da era moderna, que não cansa, tampouco decepciona os fãs do gênero e o público em geral (com estômago forte), até mesmo quando o filme, literalmente, pega fogo e recomeça do nada sem te dar nenhuma explicação.
O que falar do elenco, o que falar de Rose McGowan (gostosa), a mais sexy stripper perneta da história do cinema; talvez seja a única mas não vem ao caso; é gostosa, Marley Shelton (gostosa) como uma enfermeira... gostosa, as gêmeas gostosa e gostosa, e participação da (gostosa) Fergie (gostosa) "I gotta a felling". Tem uns cueca perdido que também mandam bem, Josh Brolin, Freddy Rodriguez no papel do típico canastrão "I never miss", e participação de Bruce Willis entre outras figuras comuns nos filmes de Tarantino e Rodriguez, aquela galera que fuma um Red Apple.
Se você ainda não sentiu vontad... ...ura diversão!

À PROVA DE MORTE (Quentin Tarantino)
Trocando as bolas
Um clima de seriado policial anos 70, perseguições de carro, duelos de dublês e garotas bêbadas procurando diversão, essa é a atmosfera de À prova de morte.
Tarantino mostra sua evolução, com as geniais (propositais) falhas técnicas, as quais ajudam a criar a atmosfera de matinê da década perdida. Mais uma vez Quentin mostra seu incrível talento para ressuscitar velhas estrelas, uma vez Kurt Russel... sempre Kurt Russel, canastrão e bronco como sempre. Não vamos entrar em detalhes sobre enredo, o filme é obrigatório a qualquer um que se diz amante do cinema, uma aula de como se deve conduzir um bom thriller, a ação demora pra chegar no clímax, e nem por isso o filme é cansativo ou entediante, mas quando a coisa engrena meu amigo, se segura na cadeira que não vai dar pra respirar.
O maior trunfo de Tarantino sempre foi o diálogo. Escutando uma conversa despretenciosa entre as personagens, ficamos por dentro de tudo o que está acontecendo, quem são, como são, por que estão, ficamos tão envolvidos na conversa que nem percebemos o tempo passar.
À prova de morte parece ter sido abandonado, e o estúdio querendo retomar o projeto que estava na gaveta, chama novamente elenco e direção para alongarem a sua duração, transformando-o em um autêntico grindhouse, percebemos isso quando no começo da projeção o nome "Thunderbolt" aparece na tela, logo sendo substituído por "À prova de morte", e a clara sensação de o longa possuir duas metades distintas.
A interação entre os dois diretores não fica só no lançamento em conjunto, os dois filmes se ligam entre si (mesmo que bizarramente), personagens de um, contracenam no outro, acontecimentos de um, interferem no outro, o barato é ficar procurando os Easter Eggs que ligam as duas películas.
É isso ae, assistam a Planeta Terror, assistam a À prova de morte e aguardem por Machete, Grindhouse é uma daquelas genialidades que fazem o cinema sempre nos surpreender. E com tanta fera junto você ainda duvida do resultado?

Trailer

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FOME ANIMAL

Como gastar 1000 litros de sangue...
Indicado para todos, inclusive os frescos que não curtem gosma verde, decapitação, chuva de sangue e cortadores de gramas enlouquecidos. Obrigatório para adoradores de zumbi, quem quer saber de onde veio tanto talento visto em O Senhor Dos Anéis e para nerds.
Apesar do orçamento limitado, Peter Jackson da um show de direção. Não é difícil nem para quem não manja porra nenhuma de cinema, notar os ângulos de câmera ousados e sua destreza para continuidades. A direção de arte é a orelha no mingau. Peter nos leva para a atmosfera dos anos 50, com maquetes e figurinos dignos de grandes produções.
Pausa. Agora falaremos sobre a origem de uma das melhores empresas de efeitos especias, a Weta. Engatinhando, ainda, vemos uma carnificina espetacular. 1000 litros de sangue, tripas, cabeças, pernas e tudo que você não pode imaginar, explodindo, voando e jorrando na sua cara. É um maravilhoso pandemônio gore em homenagem a George Romero (se você não sabe quem é George Romero, www.google.com ).
O elenco de Jackson como sempre, é fodástico! Nunca ouvimos falar de nenhum cara do cast, mas também não encontramos nenhum ruim (fora o Peter Jackson). A pergunta durante o filme foi: Onde vai parar essa penca de ator foda? O padre Bruce Lee é a partir de agora um semi-Deus para nós! Porque diabos tenho que ver filmes com Chris O´donnel e cia. enquanto temos tanta gente boa na Nova Zelândia?
Resumindo... Fome animal tem tudo o que um filme de zumbi precisa ter, é um dos clássicos do gênero e é sempre referência quando o assunto é mortos que andam, e se você é daqueles que adora uma matança sem compromisso, e uma boa dose de sangue e gosmas que pulsam e saltam na tela assista e vomite de dar risada! Agora se você é bambi recomendamos Batman do Clovis Bornai!

Kung-Fu Priest

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O virgem de 40 anos

The age of aquarius!
Um cara normal no auge de seus 40 anos, ele coleciona quadrinhos e bonecos raros, possui um ótimo emprego no estoque de uma loja a lá Casas Bahia, e nunca transou. Este é Andy Stitzer, personagem de Steve Carell em O Virgem de 40 anos. A vida perfeita de Andy desmorona quando seus colegas de trabalho descobrem o grande segredo de sua vida; sua virgindade. Inconformados com a situação, os colegas de Andy o levam por uma jornada em busca do cabaço perdido e aí está formada a atmosfera do filme, cheia de referências a cultura pop, e diálogos que nos arrancam boas risadas.
A grande sacada d'O Virgem de 40 anos é a construção dos personagens, todos esbanjam carisma, e a naturalidade é tão grande que em certos momentos até nos esquecemos que são personagens fictícios, mesmo que muito caricatos parecem pessoas de nosso convívio.
Steve Carell é um perfeito "loser", este papel que o projetou como o grande comediante da nova geração cai como uma luva em seu perfil nerd solitário, não tem como não rir de sua inocência (a.k.a. cabacice) nas várias situações que o longa cria, ele é aquele cara que tem as costas perfeitas para se colar um bilhete de "chute-me". David (Paul Ruud), um cara depressivo que ainda sente o fim de seu namoro a dois anos, Jay (Romany Malco), um nigga life style canalha por natureza e Cal (Seth Rogen), um maconheiro feio para os padrões, mas que sabe pegar mulher; são os três amigos de Andy que levam o filme quando estão em cena, com eles descubra importância de uma caixa repleta de pornografia, como se comportar numa balada e o que as mulheres querem ouvir. O par romântico de Andy é interpretado por Catherine Keener, e ela faz bem esse papel de mulher alternativa, não compromete em nada, apesar de sua personagem ser um tanto quanto séria e/ou normal demais no contexto do filme.
A direção de Judd Apatow é ótima, todo o clima criado é muito "familiar", um cotidiano comum a todos nós e esse é o grande charme de O virgem de 40 anos, mas (infelizmente existe o 'mas' =/ ), nem tudo são flores para o nosso diretor, é claro a queda de ritmo do longa em sua metade final, as piadas vão se tornando mais escassas e sem o mesmo impacto, e um clima meloso ligeiramente desagradável toma conta do filme, mas nada que comprometa o conjunto da obra, pois a cena final renderá ainda muitas gargalhadas...
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Vina

Frat Pack!
Varios amigos comediantes, piadas sobre sexo, maconha, nerdisses, tudo que é maneiro. É assim que funciona o grupinho de Judd Apatow, Seth Rogen e companhia. É incrível como juntou tanta gente boa nesse filme. A estréia de Steve Carell (Andy) como protagonista e Seth Rogen (Cal) nas telonas, é risada do começo até... até Judd se perder e transformar um filme fantástico em uma boiolice podre que parece filme da Meg Ryan.
Vamos la, Andy trabalha em uma loja de eletrônicos, onde encontramos todo tipo de esterotipo americano, como, indianos, negros "gangsta", maconheiros, balzaquianas, cornos românticos e pasmém: UM VIRGEM DE 40 ANOS! O cara é a vergonha da raça masculina, sua casa parece Neverland, com bonecos, videogames e tudo que um bom nerd precisa. A partir dai é impossível um filme dar errado, e não deu, mas poderia ser melhor. É incrível o clima de NO MERCY do filme, os caras não tem piedade de tirar sarro de ninguém. O clima teatral predomina e os atores são um show a parte; tem cada tirada que você não ageunta de rir. "Sabe como eu sei que você é gay? Seu adesivo de arco-íris na parte de trás do seu carro!" Tudo vai bem, até começar a babaquice, dai vira dramalhão, é choradeira e brigas idiotas entre Andy e Trish (a ótima Catherine Keener). As piadas perdem o gás e o cloma Meg Ryan toma conta! Mas até chegar aí tudo vale a pena, é um show. E atenção no final, uma Performance de Age of Aquarius incrível, você chora de rir.
Técnicamente o filme é ótimo, Judd sabe como usar as expressões dos atores, e não da ponto sem nó nos closes, na hora certa e nos momentos em que não só a boca fala, mas o corpo todo!
Esse filme foi um divisor de águas das comédias, daí vieram Superbad, Pineapple Express, etc. Antes tinhamos filmes que tratavam o universo nerd de longe, pareciam que nerds eram completos idiotas, e sabemos que não é assim que ocorre. Recheado de referências pop e sem medo de parecerem perdedores, uma realidade do cotidiano e naum coisas idiotas como um adolescente pregando a vara numa torta de maçã!
Assista, você vai perder o cabaço de tanto rir!
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Ogro

Trailer


This is the dawning of the age of Aquarius...
The age of Aquarius...
AquariUUUUUUUUUUUUs!
AquariUUUUUUUUUUUUs! ...

...So LEEEEET the sunshine in...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ESPECIAL - BATMAN NAS TELONAS!

...Entrei na feira da fruta, pra ver o que a feira da fruta tem...


Neste especial falaremos sobre os longas de Batman, e analizaremos a importância que cada um teve para a saga do morcegão chegar onde chegou.
Como cada um dos diretores até então (Tim Burton, Joel Schumacher e Christopher Nolan), tiveram duas oportunidades de dar vida ao Batman nas telonas, dividiremos este especial em duas partes, e a primeira parte abordaremos o primeiro longa de cada um deles.
Existe outro longa mais antigo sobre o Homem-Morcego, baseado na série galhofa dos anos 60 com o pançudo do Adam West, mas achamos que não deve ser mencionado pois não se trata realmente de uma superprodução.

BATMAN (1989) Tim Burton
Batman Emo

Tim Burton deu um novo sentido à palavra Blockbuster quando levou Batman aos cinemas pela primeira vez, começava aí a era dos grandes gastos e os lucros meteóricos da indústria cinematográfica no verão americano.
Com um orçamento milionário para a época, Burton criou uma Gotham ao seu jeito, talvez a melhor Gotham City de todas as adaptações, na escolha de elenco grandes erros e grandes acertos, uma história que distorceu a origem do Batman, mas que no balanço geral não comprometeu a proposta inicial do filme, que é o entretenimento.
Todos sabemos que Tim Burton é um cara autoral e que não ia deixar de impor o seu estilo ao Batman, não que isso seja ruim; pelo contrário, o resultado final é muito bom, mas isto pode desagradar aos chatos de plantão. O longa tem um clima bem sombrio, característica essa ,que marca bastante o estilo de Burton e que casou perfeitamente com Gotham City, está tudo lá, becos escuros, fumaça saindo do bueiro, a bandidagem comendo solta, clima perfeito para o nosso amigo Batman deitar e rolar.
A direção artística do filme é fantástica, cada cenário, cada figurino, cada detalhe, é feito com maestria. O design de tudo é muito bem trabalhado, a Bat-roupa é estilo puro (apesar do Batman não conseguir mexer o pescoço com ela), a vestimenta perfeita para ir a qualquer Bat-zado (!). Não tem como olhar o Bat-móvel e não sentir aquela vontade de tê-lo na garagem, ou impressionar os amigos chegando pra um churrasco com a caranga do Homem-Morcego, com certeza o melhor Bat-móvel de todos.
E o que falar da trilha sonora, é simplesmente Batman, ouvimos e na nossa mente vem a imagem de Gotham City. Danny Elfiman, Eterno parceiro de Burton, fez um trabalho primoroso e conseguiu fazer a trilha sonora definitiva quando o assunto é o Homem-Morcego.
Michael Keaton como Batman foi um péssima escolha, não só por suas características físicas (magrinho e baixinho), mas também por seu jeito inevitavelmente canastrão, ele não nos convence como Batman nem quando aparece só a silhueta do morcego, se fossemos bandidos era mais fácil dar risada do que temer o cavaleiro das trevas. Kim Basinger também é difícil de engolir, é bunitinha, mas ordinária, é muito sem sal; Billy Dee Williams como Harvey Dent está mais para Lionel Ritchie do que para o futuro Duas-Caras, comissário Gordon é tão indiferente no filme que até tenho dúvidas se ele realmente aparece. Mas, não houve apenas erros na escolha do cast, Alfred é o Alfred, aquele mordomo gente boa, sempre pronto pra te entregar uma bandeja com champagne ou apertar o botão que abre a Bat-caverna, Jack Palance faz uma ponta como o rei do crime organizado, Carl Grissom, e não decepciona, quando ele e Jack Nicholson se enfrentam em uma das cenas, vemos um verdadeiro e maravilhoso duelo de titãs. E agora vamos falar de Jack Nicholson, o fodão, o pintudo, o cara, ele comanda o filme no papel do palhaço maluco, o Coringa, talvez seja fácil para ele imortalizar o maior vilão do Batman porque Nicholson foi basicamente ele mesmo, repleto de maneirismos, caretas e loucuras o Coringa rouba a cena toda vez que aparece, ele é na medida certa cômico e sinistro, um maluco da porra, chegamos a conclusão que só essa atuação antológica de Nicholson já vale o filme.
Podemos dizer que Tim Burton muito mais acertou do que errou em sua primeira empreitada no comando das aventuras do detetive-mamífero-voador, ele abriu caminho para o sucesso comercial do gênero "filmes de herói", e mesmo assim não deixou de lado toda sua originalidade que o fez ser o grande diretor que é hoje.

BATMAN ETERNAMENTE (1995) Joel Schumacher
Batman Homo

A bichóla do Schumi não se conteve e soltou a franga em Batman Forevis, a versão púrpurina do Homem(?)-Morcego. Não agradou aos fãs, nem aos críticos , nem gregos, nem troianos, talvez tenha agradado somente o Schumacher e o Ian Mckenllen, mas o desgraçado ainda conseguiu crédito pra queimar ainda mais a cara do morcegão de Gotham City, mas isso será assunto para a parte dois de nosso especial.
Resumindo... o filme é uma merda!
O filme começa com um gigantesco close no pacote do Batman. Bat-maçarico, Bat-foguete-nas-botas, Bat-o-caralho-a-quatro, Bat-estátua-da-liberdade-em-Gotham, tem de tudo nesta merda. Pausa, close no ganha pão do Batman. A versão Fashion Week do Homem(?)-Morcego, dá a impressão que o filme é dirigido por Clóvis Bornay. É raio laser, púrpurina, neon e o caraio (ui), tudo o que um bom(?) filme não hétero precisa ter.
A trilha sonora, por incrível que pareça não é da Bárbara Straissen (FODA-SE), enfim, é a única coisa que se salva no filme. Ah, e o Alfred, que continua o mesmo ator das prequências.
E falando em atores, não sabemos o que deu na cabeça de Tommy Lee Jones e Jim Carrey, ao aceitar a jornada homo pelo planeta arco-íris, mesmo sendo totalmente fora do "universo Batman" Duas-Caras e Charada ainda nos arrancam boas risadas, parecem dois discípulos do coringa, com seus brinquedinhos e gargalhadas insanas. Não vamos nem comentar Batman (Val Kilmer), Robin (Chris O'Donnel) e seu relacionamento, para nós o filme acaba aí, aliás, nem deveria ter começado.
Após torrar tanto a lata do Batman, Schumacher conseguiu botar o personagem na geladeira, e para tentar corrigir o deslize (ui) do diretor pelotense, oito anos depois a Warner resetou a série com Batman Begins.

BATMAN BEGINS (2005) Christopher Nolan
Batman Homem

A adaptação mais plausível de Batman, sem pó de arroz demais, nem púrpurina, o Batman de Nolan é o mais realista de todos, pode ser encarado de calça jeans e camiseta, sem a necessidade de capas, máscaras e cueca por cima da calça. A Gotham City sai de sua visão quase teatral dos antecessores e se torna uma grande metrópole, com polícia corrupta, um crime organizado e um governo cancerígeno, tal qual as metrópoles de hoje em dia, e isto contribui para uma realidade maior na história.
Como o próprio título nos sugere, Batman Begins é o começo de tudo (dã). Trata mais de Bruce Wayne e sua jornada até se tornar o cavaleiro das trevas do que do Batman em si. Uma pessoa desavisada assiste mais de uma hora do longa sem se dar conta de que é um filme do Batman. E nós perguntamos, isso é ruim?
Absolutamente não, com essa jornada do herói, Nolan nos mostra uma profundidade do personagem jamais explorada nos outros longas, que estavam mais preocupados em mostrar fantasias e parafernálias do que a verdadeira essência do (agora sim)HOMEM-Morcego.
Christopher Nolan é perfeito na construção da história, conduz de uma maneira a não deixar pontas soltas no roteiro e torna os maiores atos super-heróicos quase que verdadeiros, desde o voô do Super-Morcego até o motivo de usar um carro tão exótico.
O respeito aos persogens e ao espectador é claramente superior aos outros filmes, existe uma preocupação com os porquês; porquê batman era rico, porquê sabia lutar, o quê movia seu espírito heróico; tudo é feito com muito esmero, na rua dos bobos, número zero =D.
O Batman de Nolan, não pula no meio de trinta inimigos e sai ileso, ele procura a forma menos dolorosa e mais discreta de resolver um problema, por que ele sabe que se tomar um pipoco no filme de Nolan será fatal para o Chiroptera Sapiens (não entendeu? www.wikipedia.org).
Christian Bale pode ser considerado o primeiro Bruce Wayne de fato, porque depois de equívocos como: Michael (Franguinho) Keaton, Val (Boquinha) Kilmer e Dr. George Clooney (o maior dos equívocos), Bruce era carente de um bom intérprete. Mesmo no meio de grandes feras, Michael Caine, Gary Oldman, Liam Neeson e Morgan Freeman; Bale consegue se impor como protagonista do filme e assume definitivamente a capa do morcego e ganha as chaves do Bat-móvel.
Michael Caine perde pontos em relação ao antigo Alfred (Michael Gouch), mas não deixa a desejar; Morgan Freeman e Lucius Fox dão todo o suporte para o sucesso de Bale e Bruce Wayne; Liam Neeson nem precisa comentar, é Liam Neeson, transforma o vilão em um antagonista; Cillian Murphy traz à tona todos os medos de Batman no papel do espantalho, e pasmem, sobrevive, Nolan não quis usar a fórmula do "inimigo da vez", o que dá mais credibilidade aos seus "super" vilões, e Katie Holmes continua BOA como sempre.
A primeira empreitada de Nolan no comando da trupe de Gotham City foi extremamente satisfatória, tirou todo o esteriótipo que o gênero carregava (Efeitos legais + Roteiro idiota = Filme de herói) e ainda ressuscitou uma das mais lucrativas franquias da história do cinema.
Quem gostou BAT-palma, e quem não gostou, BAT-uma-pra-mim.

Batman realmente foi um guerreiro em sua tragetória cinematográfica, sobreviver as boiolices de Schumacher não é para qualquer um. E se tornar um épico depois disso, não é para qualquer um mesmo.