sexta-feira, 30 de abril de 2010

A MOSCA

Aviso: Antes de entrar em uma cabine de teleporte, verifique se a mesma está livre de moscas.

Um cientista esquisitão, inventa uma cabine de teleporte. Tudo corria bem até que o maluco resolveu testar a máquina em si mesmo, por acidente ele entrou se teleportou em companhia de uma pequena e adorável mosquinha. Aí é que começa a treta. Aos poucos, o cientista se torna um asqueroso híbrido de humano com mosca. Essa é a trama de A Mosca, típica ficção científica dos anos 80, dirigida pelo perito no assunto David Cronenberg.
Não tem como falar de A Mosca sem elogiar a maquiagem, não foi a toa que o longa levou a estatueta do Oscar nesse quesito, ainda me impressiono com a veracidade do homem mosca, sua pele pegajosa e viscosa com pêlos pretos e duros nascendo em lugares exóticos é capaz de dar asco até em limpador de fossa, sua mutação gradativa que consegue ser cada vez mais nojenta, obriga você a soltar pelo menos um "Urgh" durante o filme. Os efeitos especiais são igualmente ótimos, tudo é feito com extrema competência e elevam o terror do longa (destaque para o vômito na canela do barbudo, voltei a cena várias vezes para me deliciar com sua plástica repugnante). O absurdo se torna convincente nas mãos de Cronenberg.
O que não é convincente é o romance entre os protagonistas. A química do casal é a mesma que a de uma gorda barbada e um anão de óculos, em momento algum dá pra levar a sério o flerte entre Geena Davis e Jeff Goldblum. O erro de Cronenberg foi passar pro espectador que existe amor entre os dois, seria muito mais convincente dizer que a repórter gostosa ficou com o cientista malucão pra conseguir a reportagem do século com o nerd que criou a maior invenção da humanidade. Mas quer saber, não ligo pra isso, se eu parei pra ver um filme que se chama "A Mosca" eu quero mais é ver um belo(?) e nojento homem mosca, não beijinho na boca.
Deixei para falar da trilha sonora por último, Porque é chover no molhado quando o nome Howard Shore aparece nos créditos iniciais, o mesmo compositor que anos mais tarde deu som a Terra-Média de O Senhor dos anéis, trabalha com exímia excelência para dar o clima aterrorizante que o filme necessita.
Em suma, se você é daqueles que fica enojado quando encontra pentelho no sabonete, passe longe ou prepare um saquinho de vômitos. Agora, se assim como eu, você adora ver uma nojeira, tá cagando e andando pra uma história com fundamento, e quer se divertir vendo as peripécias de uma criatura meio mosca meio homem, não perca tempo. A Mosca é seu filme!
Trailer

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VINA