domingo, 29 de janeiro de 2012

OS PICARETAS (1999)

A arte de se contar uma mentira.

Todo filme em sua essência é uma mentira, por mais que ele seja baseado em fatos reais os atores não viveram a situação, estão encenando, logo, estão “mentindo”. Então porque não contar uma mentira, mentindo? É isso que Robert Bowfinger (Steve Martin) faz em Os Picaretas. Robert é um diretor fracassado, dono de um estúdio de cinema fracassado, eles precisam filmar um sucesso para que o Bowfinger International Pictures não feche as portas. Sem grana para contar com uma estrela de hollywood no papel principal, Robert Bowfinger resolve dirigir o grande astro Kit Ramsey (Ed Murphy) sem que o mesmo saiba, e é aí que a mentira começa.
Uma comédia divertida que não nos faz rolar de tanto rir, mas nos mantem sempre com aquele sorriso simpático no rosto, não é um clássico, não tem nenhuma cena memorável, mas mesmo assim vale a pena ser assistido, principalmente pelas atuações inspiradas de Steve Martin e Ed Murphy. Steve Martin está muito à vontade no papel, ele é um típico picareta, mas que não faz suas picaretagens por grana, faz por amor a arte de fazer filmes, a química entre ele e Ed Murphy deveria ser explorada em mais filmes, funcionou muito bem. Murphy que se perdeu em determinado momento de sua carreira aqui apresenta o que tem de melhor, o seu humor Stand-Up foi muito bem explorado por interpretar mais de um personagem e sempre que o negão aparece, não importa na pele de que personagem, ele rouba a cena.
A parte técnica é bastante competente, o básico feijão com arroz, mas muito bem executada. Temos na direção uma figura que não se destacou por sua carreira como diretor, mas sim por dublar uma das mais famosas e respeitadas marionetes de todos os tempos, Frank Oz o diretor de Os Picaretas é o grandissíssimo Mestre Yoda.
Sua vida, Os picaretas mudar não vai. Nem dificuldade você terá para a história entender, mas se divertindo estará, aquele que Os Picaretas ver.
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VINA

Trailer:

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

KING KONG (2005)

Uma épica homenagem.
Em 1933 era originalmente lançado King Kong, um marco na história do cinema que assombrou o mundo com os seus incríveis e (para época) verídicos efeitos especiais. Muitos anos se passaram e mesmo assim King Kong continuava a encantar multidões em todas as partes do mundo. E foi na longínqua Nova Zelândia, que este filme mudaria a vida de um garoto que completava seu oitavo aniversário. Com uma Câmera Super 8 na mão, presente de um amigo de seus pais, o pequeno Peter Jackson assistia maravilhado o clássico dos anos 30, e decidia que daquele dia em diante o que ele queria de verdade, era fazer filmes.

Com o sonho de se tornar cineasta realizado e após a conclusão da fantástica trilogia de O Senhor dos Anéis, Peter Jackson sentiu que era a hora de refilmar o filme que inspirou sua carreira, e nos brindou com mais um épico que só ele é capaz de fazer.

A história de King Kong é aquela que todo mundo já conhece; tem o gorilão, tem a moçinha, eles se apaixonam, se casam, tem cinco filhos, se separam e ele vai preso por atrasar 3 meses de pensão... Não, não é bem assim, essa seria a versão novela de King Kong. O filme na realidade, se passa na arrasada Nova York pós crise de 29, Ann Darrow (Naomi Wattz), uma atriz de teatro bem meia-boca, trabalha por qualquer migalha e em qualquer peça vagabunda da cidade. Até que um dia ela é descoberta por um cineasta picareta chamado Carl Denham (Jack Black). Carl promete transformá-la em uma estrela de cinema. Precisando da grana, Ann aceita o papel. O filme de Denham será uma perigosa aventura em uma terra inexplorada, com imagens reais de uma tribo canibal! Tripulação e equipe de filmagem à bordos, eles zarpam de navio para um local inóspito chamado: A Ilha da Caveira!

Com esta premissa King Kong se alonga por mais de 3 horas de aventura e emoção, o filme é claramente dividido em três atos, o primeiro, mais lento, pode acabar afastando o espectador mais impaciente, mas aquele que se sentir tocado pela magia de King Kong não se arrependerá do deleite visual que virá a seguir. Efeitos especiais sempre foram o forte de Peter Jackson e ele não os economiza em sua refilmagem, mas eles não estão ali soltos ou colocados apenas pra atrair quem procura uma diversão barata, eles estão ali porque precisam estar ali! Tudo é muito bem feito e acabado, o irreal e o fantasioso se tornam naturais e nos trazem toda a tensão e sensibilidade necessárias para cada cena. Outro aspecto irretocável de King Kong é sua linda trilha sonora, James Newton Howard fez um trabalho excepcional não tem o que criticar em suas composições um nome a ficar de olho em futuras composições. A fotografia como todos os outros aspectos técnicos também é deslumbrante, as cores nunca estiveram tão vivas nas mãos de Peter Jackson.

Mas o que realmente faz King Kong ser um clássico não é seu efeito especial, não é sua trilha sonora e nem sua fotografia; é sim, sua capacidade de mexer com os sentimentos do espectador, sentimos raiva, sentimos pena, alegria, angústia, tensão, medo; sentimos uma enorme variedade de emoções com diferentes intensidades em um filme só. King Kong pode parecer uma história boba a primeira vista, mas a sua simplicidade nos traz uma enorme quantidade de pensamentos. O amor não se limita a raça, credo ou qualquer outra diferença, mas a ganancia e a cobiça de uma sociedade que se diz civilizada é capaz de deturpar e destruir até mesmo um sentimento tão puro e primitivo.

A visão romantica e arrebatadora de Peter Jackson deste eterno clássico, deve ser conferida por todos que apreciam a sétima arte, pois muito antes de ser uma refilmagem, King Kong é na verdade, uma épica homenagem.

PS: Muito obrigado amigo dos pais de Peter Jackson!
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VINA

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IMORTAIS (2011)

A imortalidade de um gênero.

Como já escrevi anteriormente, não vejo mais traillers e nem vídeos de produção do que está para ser lançado. Dois motivos: normalmente os trailers passam os melhores momentos do filme causando uma certa expectativa pela cena, que no momento do filme vira uma decepção rapidamente, e o segundo motivo é para que seja realmente impactante o momento de entrar no cinema sem saber absolutamene NADA do que vai acontecer, como era antes da internet...
Deste modo fui ver Imortais, e além dos preparativos já citados, sem prconceitos. Filme de aventura. Essa é a definição geral para Imortais. Por mais que em alguns pontos o filme se arraste (um pouco mais de experiência na direção deixaria melhor), nos momentos em que a "pancadaria rola solta", tudo é compensado. Já aviso agora, é filme de PORRADARIA, ou seja, nem dê as caras no cinema se for analisar contexto histórico de mitologia grega(?!?!) ou procurar roteiros com diálogos inteligentes.
Muitas das cenas lembram 300, porém o estilo dessa filmagem, tem muito dos filmes com stop motion sobre mitologia grega (Jasão e os argonautas, Fúria de Titãs (1981)). Há uma sensação de estar vendo um filme antigo com os efeitos atuais.
No "casting" temos Mickey Rourke no papel do Rei Hyperion (isso é um vilão)e John Hurt como "O Velho". Theseus é interpretado por Henry Cavill, o próximo Superman. Para os fãs de Tolkien e Peter Jackson, podemos ver Luke Evans, que interpretará Bard n'O Hobbit, como Zeus (esse rapaz aida não me convenceu). Tem mais gente famosa, mas nem vou tocar em assuntos sobre vampiros e lobisomens.
Enfim caros amigos cinefilosofos, este filme é para quem quer pancadaria e efeitos especiais. Não segue um padrão narrativo, não tem diálogos fantásticos e tão pouco é fiel (??!?) a mitologia grega, mas é um prato cheio para quem curte ver o "bicho pegar" sem esquentar os neurônios. 
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OGRO MESTRE

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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CONTATO (1997)

Com mil buracos de minhoca!
Lendo o Protocolo Bluehand: Alienígenas, senti saudade de assitir esse clássico (pra mim ja é um) e não passei vontade.
-Primeira regra: não compare livro com filme, isso é coisa para IDIOTAS. São dois tipos de comunicação e se você quer um filme igual ao livro, é melhor ler o livro.
-Segunda regra: Matthew McConaughey pode e tentará arruinar seu filme, porém, é possível impedir isso. Na próxima, cortem o mal pela raiz e não o chamem.
-Terceira regra: Se o seu conceito de filme de "E.T." é limitado a Independence Day, nem perca tempo.
Agora vamos ao que interessa. Carl Sagan, escreveu este romance em 1985, e Bob Zemeckis o trouxe para o cinema em 1997. Duas pessoas extremamente competentes no que fazem só podia dar em algo bom. Digamos que Contato se trata de um filme sobre o universo e não sobre alienigenas, é algo em que estamos diretamente envolvidos. Para os mais desavisados, apresenta vários conceitos, como viagens interdimensionais, buracos de minhocas, questões relacionados ao espaço-tempo, e pasmém, FÉ. Principalmente fé. Fora isso tem aquele "romancezinho" entre o teólogo Palmer Joss (Matthew McConaughey com aquela cara de idiota de sempre) e Ellie, nossa protagonista interpretada por Jodie Foster. Vale ressaltar que a interpretação de Foster é muito boa.
Eu como amante da filosofia e ao mesmo tempo crente em Deus, tenho certa idéia de como é difícil conciliar ciência e fé, porém é possível. Ellie, uma amante da astronomia desde criança, perde seu pai aos 9 anos (sua mãe já havia falecido), e a partir daí, dedica todos os seus esforços à sua paixão pela astronomia e física. Determinada, vai atrás de seus projetos e após várias frustrações, acaba descobrindo um sinal, que após ser decifrado, mostra um projeto de veículo para se viajar no espaço. Paro aqui com o resumo para não estragar mais nada para quem vai ver o filme.
É a grande chance de você levar um pouco mais a sério a probabilidade de existência de vida fora da Terra, e também de fazer um autoquestionamento e descobrir qual seu objetivo na vida. A sensação de viagem pelo espaço-tempo estar correlacionada a uma jornada de auto conhecimento é muito forte. Facilita termos uma visão do que realmente importa, e se ser cético significa realmente ter os pés no chão ou se o ser humano foi feito para sonhar e grande parte da realidade acesta somente em nossas mentes.
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OGRO MESTRE
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