terça-feira, 14 de setembro de 2010

O CICLO DO PAVOR (OPERAZIONE PAURA)

A paleta de cores do terror.

Em um pequeno e sinistro vilarejo estranhos acontecimentos perturbam a paz da população, misteriosos assassinatos acontecem quando o sino das ruínas de uma velha igreja começam a soar. Um médico legista é chamado para fazer a autópsia dos corpos e descobrir algo em comum entre as mortes, algo que possa levar a alguma explicação racional dos funestos acontecimentos. Mas este médico não encontrará nenhuma explicação racional, e ele deveria saber disso quando assinou o contrato para atuar em um filme de Mario Bava!
Como bom amante do horror, estava mais do que na hora de escrever sobre o maestro do macabro. Falo sem medo de ser crucificado, Bava está no nível de lendas como Hitchcock e Kubrick, e digo mais, ninguém consegue superá-lo na estética visual, assistir um filme de Bava é uma viagem lisérgica pelo medo, em especial esta jóia aqui chamada O ciclo do Pavor.
O roteiro simples é uma marca registrada de Bava, mas não se enganem, simples é muito diferente de ruim, a simplicidade do roteiro é a tela em branco que permite a Bava criar sua narrativa pictórica para contar a história. Quando a tensão do filme aumenta o espectador é induzido ao medo, cores fortes, o claro, o escuro são usados sem nenhuma preocupação com a realidade, estão ali apenas para a sensação visual do medo, a sensação de assistir O ciclo do pavor é a de estar dentro de um pesadelo, onde o inexplícavel é aceito de forma natural.
 Neste pequeno fragmento do filme é possível conferir um pouco do lirismo e a atmosfera onírica criada pelo maestro do macabro.
Outro aspecto usado para criar a atmosfera macabra é o som, não vi em nenhum filme antecessor a O ciclo do pavor o som ser explorado de forma tão genial, sempre ouvimos um passo a mais do que o protagonista dá, isso nos deixa a sensação de que ele está sendo seguido e sempre nos sentimos ameaçados, ruídos e sons bizarros se mesclam com a música e criam uma sensação proposital de desconforto que nos propícia ao susto, é aquela coisa, um barulho chato que aumenta e se torna cada vez mais chato até que derrepente uma boneca de porcelana sinistra é jogada na sua cara, não tem como não arrepiar nem que seja um só pêlo.
Todo mundo sabe que o Terror e o pornô são estilos que envelhecem com o tempo, mas isso não acontece com O ciclo do pavor, o filme é de 1966 mas continua com a sua essência macabra intácta e é por essas e outras que considero Bava "O" gênio do horror, não vou falar das atuações, e outras caraterísticas técnicas, porque o que me leva a assistir um filme de Mario Bava é justamente por ser de Mario Bava.
PS: Relendo o texto, percebi um discurso ufanista de minha parte, e vou deixar exatamente assim o texto, por que Mario Bava é do caralho!
__
VINA

Trailer


Ficha Técnica:
Título original: Operazione Paura
Direção: Mario Bava
Ano: 1966
País: Itália

domingo, 12 de setembro de 2010

RESENHA DO LEITOR

Estreia neste post a sessão "Resenha do Leitor", nela será publicada uma resenha mensal de nossos leitores, a resenha escolhida do mês foi de nossa (única) leitora: Cris.
Toda e qualquer opnião expressada neste post pertence a Cris, portanto xinguem, levantem os ancinhos e acendam as tochas a ela e não aos sábios senhores que redigem este blog.
E se você quiser ir para a fogueira assim como a Cris, basta enviar sua resenha para o e-mail : cinefilosofos@gmail.com, garantimos que leremos todas as resenhas... ou não.
_____
SALT
Primeira regra, para ser espiã você precisa de beiço!!!


Muita ação em um roteiro digno de filmes sobre a segunda guerra mundial. Nada de muito novo, uma espiã da CIA, linda e maravilhosa que é apontada como traidora para sua equipe, não restando a ela nada além de sair matando meio mundo para tentar provar sua inocência e salvar seu marido. Como 99% das mortes são de americanos figurantes nós espectadores acabamos não nos importando, ela continua sendo a heroína da história.
A grande diferença dos antigos filmes de espionagem é que antigamente nunca se sabia ao certo para quem o espião estava trabalhando, e quando se tinha certeza, no final, se descobria um terrível revés.
Neste longa devido ao roteiro FRACO e previsível ao extremo, você não precisará chegar a metade do filme para concluir para qual dos lados ela realmente é fiel, ou seja, metade do tempo você fica tentando entender para quem ela trabalha, a outra metade você deixa o cérebro em stand-by.
Angelina Jolie poderia ser a esposa do Rambo depois desse filme, MacGyver e 007 ficam no chinelo perto dessa mulher. Chuck Norris que não se arrisque a cruzar o caminho dela, ela já deixou no tapete muita gente maior que ele.
Com cenas de ação que não deixam a desejar aos filmes “Duro de Matar” e “Missão Impossível” o filme até que é bom, para quem gosta de ação / suspense sem muita explicação é um prato cheio.

Comentários adicionais:
 * Gostei da maquiagem do filme, adoro ver gente com a cara partida, porém as perucas da Sra. Pitt não convenceram ninguém.
 * Poderiam ter colocado um marido mais bonito para a pobre Evelyn Salt, quem sabe valeria a pena salvar ele.
 * Creio que os homens gostaram do fato de Tom Cruise ter recusado o papel e Angelina Jolie ser escalada no lugar dele.

Trailer
__
CRIS (este é meu super secreto nick)