Terror à moda antiga
Sou um amante do terror, e me sinto órfão ( HÁ! ) atualmente. O terror hoje perdeu o sentido, os diretores não se preocupam mais com o medo, os filmes não possuem mais aquele ar sinistro, nem aquela tensão que nos faz arrepiar os pêlos do bozó. Hoje pra se fazer terror é só encher a tela com cenas de mutilações e nojentices diversas. Não sou contra esse tipo de produção, pelo contrário, gosto de muitas delas, mas sou contra o que ela está fazendo com o terror, que está esquecendo da magia e da identidade que mestres como Hitchcock, Bava, Argento, Cronenberg, Carpenter, entre outros lutaram para construir, para se ver como o terror perdeu a força, tente citar o nome de um, UM mísero diretor de terror da nova geração que conseguiu se firmar entre os grandes... Não tem. Mas é bom ficar de olho neste camarada aqui: Jaume Collet-Serra.
Segue aqui uma pequena biografia do cidadão: Jaume Collet-Serra iniciou sua carreira dirigindo o segundo remake da Casa de cera, um filme agradável aos fãs do gênero e com uma cena memorável da socialite Paris Hilton sendo empalada por um cano de ferro ( =D ). Em sua segunda empreitada Serra dirigiu a sequência do filme Gol, um longa a lá Disney sobre futebol - apesar de ser apaixonado pelo esporte este filme é uma bela de uma merda, mas tudo bem - dois anos depois, Serra voltou ao terror com A órfã, filme o qual resenharei no próximo parágrafo.
Todo esse devaneio que escrevi acima serviu para mostrar a vocês que Serra resgatou um pouco (dadas as devidas proporções) da magia do terror com A órfã, a história é sobre um casal que adota uma menina que não é bem o anjinho que aparentava ser. É nessa premissa simples que Serra trabalha com maestria para instaurar um clima sombrio desde o primeiro minuto do longa, e o que ajuda muito nessa climatização é sua fotografia quase sem cor, a saturação baixa que deixa todas as cores apagadas ou foscas traz a quem assiste um clima sinistro e desesperançoso que se encaixa perfeitamente com o enredo. O desenrolar da trama segue num ritmo coordenado, usando a fórmula do bom e velho terror oitentista, é aquela coisa: um pouco da trama, uma morte, mais trama, mais morte, trama, morte, morte, morte, plot twist e fim.
Outro ponto que ajuda muito A órfã se destacar no terror atual é o nível da atuação, todos os atores são muito bons e muito bem dirigidos, a menina Esther interpretada por Isabelle Fuhrman é o capeta em forma de guria, sua malícia é passada com tamanha veracidade que coloco ela no hall das crianças mais diabólicas do cinema, Damien ganhou uma irmãzinha e tanto. Os pais interpretados por Vera Farmiga e Peter Sarsgaard, levam o elenco adulto do filme com muita propriedade e fazem uma química perfeita com a "adorável" Esther.
A trilha sonora é regada com sons bizonhos que acompanham os sustos e assim como a fotografia deixa tudo mais sinistro e sombrio.
O que pode incomodar alguns é que A órfã é regado de clichês, mas eu acho que até aí o filme acerta, ele possui muitas referências a grandes títulos do horror, pode-se notar uma clara homenagem a Halloween e Brinquedo Assassino, e como eu gosto de dizer o clichê se usado com sabedoria não é necessariamente uma coisa ruim, no terror é muito melhor ser uma cópia bem feita do que uma merda original.
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VINA
Segue aqui uma pequena biografia do cidadão: Jaume Collet-Serra iniciou sua carreira dirigindo o segundo remake da Casa de cera, um filme agradável aos fãs do gênero e com uma cena memorável da socialite Paris Hilton sendo empalada por um cano de ferro ( =D ). Em sua segunda empreitada Serra dirigiu a sequência do filme Gol, um longa a lá Disney sobre futebol - apesar de ser apaixonado pelo esporte este filme é uma bela de uma merda, mas tudo bem - dois anos depois, Serra voltou ao terror com A órfã, filme o qual resenharei no próximo parágrafo.
Todo esse devaneio que escrevi acima serviu para mostrar a vocês que Serra resgatou um pouco (dadas as devidas proporções) da magia do terror com A órfã, a história é sobre um casal que adota uma menina que não é bem o anjinho que aparentava ser. É nessa premissa simples que Serra trabalha com maestria para instaurar um clima sombrio desde o primeiro minuto do longa, e o que ajuda muito nessa climatização é sua fotografia quase sem cor, a saturação baixa que deixa todas as cores apagadas ou foscas traz a quem assiste um clima sinistro e desesperançoso que se encaixa perfeitamente com o enredo. O desenrolar da trama segue num ritmo coordenado, usando a fórmula do bom e velho terror oitentista, é aquela coisa: um pouco da trama, uma morte, mais trama, mais morte, trama, morte, morte, morte, plot twist e fim.
Outro ponto que ajuda muito A órfã se destacar no terror atual é o nível da atuação, todos os atores são muito bons e muito bem dirigidos, a menina Esther interpretada por Isabelle Fuhrman é o capeta em forma de guria, sua malícia é passada com tamanha veracidade que coloco ela no hall das crianças mais diabólicas do cinema, Damien ganhou uma irmãzinha e tanto. Os pais interpretados por Vera Farmiga e Peter Sarsgaard, levam o elenco adulto do filme com muita propriedade e fazem uma química perfeita com a "adorável" Esther.
A trilha sonora é regada com sons bizonhos que acompanham os sustos e assim como a fotografia deixa tudo mais sinistro e sombrio.
O que pode incomodar alguns é que A órfã é regado de clichês, mas eu acho que até aí o filme acerta, ele possui muitas referências a grandes títulos do horror, pode-se notar uma clara homenagem a Halloween e Brinquedo Assassino, e como eu gosto de dizer o clichê se usado com sabedoria não é necessariamente uma coisa ruim, no terror é muito melhor ser uma cópia bem feita do que uma merda original.
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VINA
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