quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

RESENHA DO LEITOR - SCOTT PILGREN CONTRA O MUNDO

Na resenha do leitor do mês de Dezembro, quem está na fogueira da inquisição dos cinefilosofos, é o leitor Mr. Grieves. Portanto é aquela velha história de sempre, apedrejamento, fuzilamento, ancinhos e tochas para o leitor em questão, toda e qualquer opnião expressada daqui em diante será do nosso querido leitor...
1, 2, 3... valendoooooo...

SCOTT PILGREN CONTRA O MUNDO

Olá! Tudibom?!? Vossas Majestades, os Cinefilósofos, agraciaram esta humilde criatura com a chance de escrever um textículo (hehe) sobre cinema e não outro assunto, neste magnificente pináculo de sabedoria contemporânea. Bajulações e tudo o mais, blá, blá, blá, que já ouvimos
em todo lugar, etc... Vamos ver sobre o filme, então:

ROUND 1. FIGHT!
Na verdade, Scott Pilgrim é uma história super comum, que já vimos muitas vezes por aí, e provavelemente pode até ter acontecido com você: Garoto conhece garota enquanto namora com outra garota, garoto abandona a namorada para ficar com a garota. Garoto precisa lutar com a liga dos 7 ex-namorados da garota para ficar com ela. Trama super-comum, não? Bem novela das oito, né? Agora, o filme se desenrola de uma forma diferente de outras películas, e este foi o excelente trabalho do diretor Edgar Wright (Shaun Of The Dead, Grindhouse, Hot Fuzz), que transformou uma história comum em algo beem louco. Como ele fez isso? Simples: O filme é um game. Sério mesmo. Calma que eu vou explicar.

ROUND 2. FIGHT!
Bem, Scott Pilgrim originalmente é uma série de quadrinhos (graphic novel é desculpa pra vender gibi pra adulto) escrita e desenhada por Bryan Lee O´Malley, lançada entre agosto de 2004 e julho de 2010 (tem 2 volumes no Brasil pra vender). A história, como eu disse, trata de
um garoto de 23 anos - obviamente esse é Scott Pilgrim - que mora em Toronto (Canadá) e toca baixo na banda Sex Bob-omb (Pra quem não sabe, Bob-omb é o nome das bombinhas pretas que aparecem nos jogos do Mário. Acostume-se, que essas referências aparecem no filme todo). De qualquer forma, Scott acaba se apaixonando por uma linda entregadora da Amazon.com, Ramona Flowers, mas não pode namorar com ela enquanto não derrotar (não é pra tentar, é pra derrotar) a liga dos Sete Ex do Mal. Bem, sete exatamente não, mas veja no filme e você entenderá. O clima dos quadrinhos está no filme, só que com alguns detalhes a mais.
Em entrevista recente com o diretor, perguntaram quantas cenas do gibí foram cortadas, e ele disse que apenas pela questão do tempo, apenas uma, e isso já é algo impressionante para Hollywood. E mais, buscaram trazer exatamente o mesmo feeling dos quadrinhos, mas com um toque a mais. Os quadrinhos são em preto-e-branco, e o filme tem cor pra carái.
Mas se até o momento você acha que "tudo bem, o filme parece legalzinho, talvez um dia eu assista", eu aconselharia que você visse rapidinho. É muito interessante a forma como o diretor tratou a película, e você percebe isso já bem no início, quando a abertura da Universal aparece em pixels de 8-bit (sabe o que é isso? Super Nintendo, baby), com aquela musiquinha de sintetizador midi que para quem já ouviu, não esquece.
Basicamente é um filme novo bem legal, com efeitos interessantíssimos, que usa recursos dos videogames de gerações antigas para apresentar uma direção totalmente inusitada. E o pior (ou melhor) é que ficou muito divertido. A fotografia do filme é algo inovador, bem construída e pensada. Não é só um monte de cenas coladas umas ás outras. Logo nas primeiras você percebe que está vendo algo novo. As transições foram planejadas para se encaixarem, como se você se transportasse da visão de uma pessoa para outra a quilômetros de distância. Só posso falar isso. Inovador.
Você até percebe que tem algumas coisas no início do filme, mas de repente quando começa o primeiro show...

Espera um pouco... Aqui vai um spoilerzinho. Se não quer saber, pule este parágrafo.
Quando o Sex Bob-omb vai fazer seu primeiro show e surge o primeiro desafio de Scott, você percebe o que o filme tem realmente de diferente. É um game. É sim. Scott começa a lutar com o ex dando saltos imensos, combos de quinze socos, e ao derrotar seu oponente, ele explode em dezenas de moedinhas?!? What the Hell?!?!? É isso mesmo. é uma pagação. As lutas são em estilo dos games antigos, tipo Street Fighter mesmo, com Hadoukens e golpes especiais, cheio de efeitos divertidos. Sério, quando vi o cara dando um Shoryuken no adversário eu quase me caguei de rir.

Então, agora que você entendeu a dinãmica do filme, eu queria falar do som. Mas se você pulou o parágrafo anterior, perdeu de ler uma coisa muito divertida! Leu? Hahahah, sabia que não ia aguentar. Bem o som do filme é simplesmente o toque moderno de tudo. Nada daquela bobageira de emo, colorido ou dessas bandinhas de hoje em dia. O filme simplesmente tem sons ótimos. Pra você ter uma idéia o próprio Sex Bob-omb é uma banda alternativa, muito influenciada por Sonic Youth.
Se você curte este tipo de som, o filme é pra você. Percebi que iria gostar quando logo na primeira cena onde aparece Pilgrim, o garoto está usando uma camiseta do Smashing Pumpkins, e durante o filme ele usa diversas. Na trilha sonora (que estou ouvindo neste instante e é muito boa), além do próprio Sex Bob-omb, temos Frank Black (do Pixies), Plumtree, The Black Lips, The Roling Stones, Beck, Metric, T-Rex, Broken Social Scene, e mais alguns. Só sonzeira. Além do que, nas cenas de luta, mais agitadas, aqueles barulhinhos eletrônicos de porrada do Double Dragon trazem umclima muito legal.
Bem, pra fechar:

ROUND 3. FIGHT!
Não perca este filme, que é muito legal. Edgar Wright provou ser um novo diretor que tem uma linguagem jovem interessantíssima. Ah, e eu não falei do elenco, mas vou falar. O Scott Pilgrim é interpretado pelo Michael Cera, novo astro juvenil alternativo americano. É, aquele de Juno e Superbad. Tem também a gracinha Mary Elizabeth Winstead (fiquei louco por ela, com aquele cabelo sempre em cores diferentes), que interpreta a garota com muuuuita bagagem Ramona Flowers (sério,ela é mais interessante com o cabelo colorido). Na verdade o superastro do filme é o Michael mesmo. Mas o resto do elenco é bem competente, e com certeza você vai falar algumas vezes "eu já vi essa garota antes", ou "que outro filme este cara fez?". Além de Mary Elizabeth (Duro de Matar 4.0, Premonição 3), temos também no cardápio Alison Pill (Milk) que faz a batera da banda, Mark Webber (Just like the Son, Bomb the System - não lançados no Brasil), como o vocalista, e até Cris Evans (o Tocha Humana do Quarteto Fantástico) como um dos Ex e o ótimo comediante Jason Schwartzmann (Huckabees e a série Bored To Death),
que faz o final boss.
Mas agora chega! Não quero mais falar do filme. Assista e depois me digam suas opiniões. Espero realmente que gostem, porque eu gostei. Apesar de que sou meio nerd, então posso ser suspeito para falar. E obrigado, amigos Cinefilósofos, pela oportunidade. Ah! Antes que eu me esqueça, tem um jogo do Scott Pilgrim, e adivinha:
plataforma 2d. Clássico!
É só. Valeu!
__
Mr_Grieves


Trailer:

13 comentários:

  1. FINISH HIM!!!
    Boa Mr_Grieves, apesar de nao ter curtido o filme, achei mela cueca demais =/
    o visual dele é embasbacante, mto original e dinâmico, mas nao foi o suficiente pra esse filme me pegar, e uma caneladinha sua Mr_Grieves só pra manter meu rótulo de chatão =D Super nintendo é 16-bit!

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  2. Mr Grieves, seja bem vindo ao mundo louco da filosofia e da pipoca! Achei seu texto muito bom, porem... Achei este filme uma merda! De fé! Respeito sua opinião, mas sinceramente, fui querendo gostar do filme e não consegui. Começa bem, muito bem, rola até um sonzinho do Zelda, a Link to the Past no começo, isso me animou, mas parou ai. Realmente a fotografia é inovadora, muito boa, mas Michael Cera parece a Meg Ryan do ano 2000, pode notar que a sinopse do filme é a mesma dos da citada loirinha pentelha. O diretor ja havia mostrada seu serviço em Todo Mundo Quase Morto, um pusta filme de zumbi e Hot Fuzz, o qual ele da uma zuada nesses filmes de policial (ahhh o cinema inglês), mas pra mim este filme foi a vergonha NERD! Sou NERD declarado e fiquei envergonhado com tanta boiolice em tão curto espaço de tempo. Pricila, A Rainha do Deserto é mais testosterona que este filme.
    Nada contra, mas cada qual no seu local.
    O som, achei horrível. Me lembrou The Strokes, Franz Ferdinand, essas porra de bandas que querem fazer um som retro pra ficar mais CHIQUE! Para quem gosta, um prato cheio, eu curto outro tipo de som.
    Enfim, quer assitir filme NERD, recomendo Fanboys, ou o seriado The Big Bang Theory.
    A canelaaaadaaaa citada foi sinistra hein! NES e Master System são 8 bits, Super NES e Mega Drive 16 bits.
    BAZINGA

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  3. e q historia é essa q o cara fez Grindhouse?

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  4. Eu achei um filme bacaninha. Gostei bastante da parte visual e dos artificios que o diretor utilizou para passar a idéia de video game.

    A viadagem estava la, me incomodou mas deu pra suportar. Pensei q ia ser mais pelo q o vina me falou, então eu acho q ja estava preparado auhuahua.

    A história é meia bomba mas o filme te entretem, é bem rápido, tem bastante ação, a trilha sonora eu achei q combinou legal, algumas parte engraçadas por conta da chinesinha. Filme leve e divertido.

    Mas a coisa q mais me incomodou(tirando a viadagem) foi a ex namorada do cara que até o meio do filme parecia q ia ser uma personagem importante mas quando ela apareceu não fez nada de mais e de repente sumiu do filme. Achei ela bem dispensavel.

    Eu dou uma nota 6.8 pro filme. Da pra assistir passar o tempo, notar algumas boas referencias ao mundo dos video games, e curtir o visual do filme q eh show.

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  5. Ae pessoas! Valeu por comentar meu modesto textículo, que eu adoro essas polêmicas, hahahahah!
    Realmente doeu a canelada, eu pensei uma coisa escrevi outra, sem perceber. Mal mesmo.
    Mas de boa, eu não falei em momento algum que a história é boa ou etc... Releiam as primeiras frases no Round 1. Concordo plenamente com o que disseram.
    É que no meu caso, eu fiquei curtindo as referências e o som meio alternativo, que nem me incomodei com o roteiro. (Mais ou menos como no caso do Vina com Avatar.)
    Ah, eu coloquei que o diretor fez Grindhouse, porque é o que está no IMDb. E eu assisto BBT. Até por isso não considero que esse filme é tão pro lado Nerd quanto é Indie, na verdade. Mas como Balaban falou, Dá pra passar o tempo.
    Detalhe: Vina, o nome do filme é Scott Pilgrim, não Pilgren...

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  6. Sem querer parecer chato, mas olha o que eu descobri:
    http://www.slashfilm.com/lol-guillermo-del-toro-signs-scott-pilgrim-dvd/

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  7. Guilhermo del toro curtiu o scott pilgrin entao, cara é gente fina, mas ainda bem q deixou o Hobbit na mão do mestre! =D
    e realmente foi uma canelada minha Mr_Grieves, mas canelada por canelada a sua foi bem mais grave!

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  8. De uma boa olhada no IMDB Mr_Grieves, foi a direção de um trailer do Grindhouse, o que eu ja considero uma benção do Tarantino! CANELAAAADA! Mas fique susse, eu ja to de canela roxa faz mais de ano...

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  9. Não vi o filme. E nunca tinha ouvido falar do mesmo. Mas por esse motivo fiquei até curioso para assistir - não gosto de "blockbusters". Esse ator, Michael Cera, gosto dele. De "Superbad" e "Juno" eu já tenho um referencial do trabalho dele. Quando puder assistirei.

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  10. Sinta-se convidado a fazer uma resenha do leitor FRED, mande-a para cinefilosofos@gmail.com
    =D

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  11. Juno e Superbad são maneiros! Tem temáticas diferentes, porém são bons demais! O filme do post realmente não me agradou, mas assista Fred, vocÊ curte fotografia e esse filme tem um visual bem maneiro!
    Abraço

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